O presidente da Associação dos Trabalhadores por conta própria (ATA), Lorenzo Amor, criticou o trabalho do ministro da Inclusão, Segurança Social e Migrações, José Luis Escrivá, à frente da negociação do segundo bloco da reforma das pensões e lamentou que este tema não vai “no bom sentido”, já que o envio da medida para a Europa está quase dois meses atrasado. Para o presidente da ATA é “muito complicado” que a reforma se concretize.
O também vice-presidente da CEOE, participou esta manhã do café da manhã do Nueva Economía Forum e indicou que, após o adiamento do envio da reforma à União Européia, a data mais provável para fechar a negociação será na Páscoa , contra o que diz Escrivá, que espera finalizar o texto antes do final de fevereiro.
“Vejo um acordo na esfera política e social como muito complicado hoje. Escrivá se reuniu duas vezes no último mês com o comissário europeu (para a Economia, Paolo Gentiloni). Suponho que eles estejam procurando mecanismos para poder atender o marco e que esta transferência de 10.000 milhões não fique sem recibo”, comentou o presidente da ATA.
As conversações formais entre a Segurança Social e os agentes sociais encontram-se paralisadas por divergências com a principal proposta do Ministério, a extensão progressiva do prazo de cálculo da pensão para 30 anos, mas descartando os dois piores anos de contribuições, o que significaria que a pensão seria calculado com as 28 melhores contribuições em um período total de 30 anos.
promover o emprego
No pequeno-almoço informativo, Amor alertou para as consequências de “aumentar mais os impostos laborais neste país”, pois teme que o número de contribuintes não seja suficiente para cobrir o custo das pensões.
“Todo o peso da manutenção do nível das despesas com pensões não pode recair exclusivamente sobre quem contribui”, apontou o presidente da ATA, que recordou as recomendações do economista José Barea, falecido em 2014, sobre as pensões como um problema da empresa e não o contribuinte, e o seu compromisso de aumentar o IVA em dois pontos para cobrir o custo das pensões.
Além disso, Amor fez alusão a uma conversa com a presidente da Unespa, Pilar González de Frutos, na qual ela insistiu que o sistema previdenciário espanhol foi projetado para cobrar por 12 anos e, atualmente, esse período foi estendido para 19 anos. “Vamos todos ser coerentes e pensar que isso não se resolve com aumento de preços”, acrescentou Amor.
Páscoa, tarde demais
Pelas vozes sindicais, a data levantada por Lorenzo Amor é colocada muito tarde no tempo. Para o vice-secretário de ação sindical da UGT, Fernando Luján, a negociação deve ser fechada “no máximo até março, antes do início da campanha eleitoral”, disse. elEconomista.es; do contrário, do sindicato veem como muito difícil a reforma ser encerrada nesta legislatura.
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