Apenas 58% das escolas públicas catalãs têm biblioteca escolar

Na Catalunha, apenas 58% das escolas públicas têm biblioteca escolar, enquanto em 2015 eram 79%. Entre os centros que ainda os possuem, o número de horários de funcionamento durante o horário escolar passou de 14,5 para 8,5 em média. No último relatório do PIRLS sobre compreensão de leitura, a Catalunha, com 507 pontos, ocupa o último lugar na Espanha. A Fundação Bofill alerta que as bibliotecas escolares catalãs estão a desaparecer gradualmente e exige que sejam fornecidos recursos avançados a todas as bibliotecas escolares, dando prioridade às que estão em centros localizados em ambientes vulneráveis. Em resposta a esta situação, a fundação apresenta o projeto Bibliotech, um programa piloto que procura formas de reativar as bibliotecas escolares e o gosto pela leitura, influenciando 15 escolas públicas.

A Fundação Bofill relata que as bibliotecas escolares estão a desaparecer a um ritmo acelerado na Catalunha. Critica que esta situação se deve à falta de investimento que se arrasta há anos e à “ausência de um modelo inspirador e atualizado”. Eles observam que o problema foi agravado pela necessidade urgente de espaços durante a pandemia da Covid-19 e que os centros educacionais públicos que atendem famílias mais necessitadas são mais prejudicados.

A fundação apela à urgência de revitalizar as bibliotecas escolares. “Há anos que sabemos que ter uma biblioteca no centro está diretamente relacionado com a melhoria dos resultados educativos”, explicam. “As bibliotecas são espaços de cultura, pensamento crítico e expressão criativa”, acrescentam, sublinhando a capacidade de criação de ligações que possuem, especialmente em ambientes de vulnerabilidade social onde as referências socioeducativas são menores. Apontam também que são espaços adequados para a educação em tecnologias digitais, mídia e alfabetização informacional. Informam que apenas metade das bibliotecas escolares da Catalunha têm acesso à Internet.

A Fundação Bofill apela à necessidade de estabilizar a figura do bibliotecário escolar para garantir a liderança de equipa em todas as bibliotecas escolares. Caso isso não seja possível, propõem consolidar equipes docentes treinadas e liberadas que dinamizem a biblioteca com garantias. Também exigem recursos avançados em todas as bibliotecas escolares, especialmente em centros localizados em ambientes vulneráveis. “À função educativa, as bibliotecas acrescentam um impacto na equidade e na coesão social”, defendem desde a fundação. Especificamente, pedem um fundo literário atualizado e personalizado, para reformar o espaço físico para torná-lo atrativo e recursos tecnológicos para promover a alfabetização digital. “É preciso aproveitar este contexto de oportunidade para compreender que a biblioteca escolar deve ser o coração da transformação educativa, social e digital dos centros educativos”, defendem.

Neste contexto, a Fundação Bofill promove o Bibliotech, um programa piloto que será apresentado na terça-feira, 14 de novembro, e que visa repensar o modelo das bibliotecas escolares e reivindicar o seu papel na equidade e na transformação educativa. Como parte do projeto, 15 escolas públicas, mais de metade em contextos complexos, receberão formação intensiva e apoio para reimaginar os propósitos, utilizações e atividades das suas bibliotecas escolares. O projeto procura também fomentar o gosto pela leitura e promover experiências de aprendizagem vibrantes e estratégias de equidade digital.

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Redação

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